Praia Fluvial da Barragem de Pias
PRAIAS FLUVIAIS E OUTRAS COISAS QUE TAIS
Vem este texto a propósito da ideia
peregrina de instalar uma praia fluvial junto à Barragem de Pias. Felizmente,
não passou disso.
Apesar da aspiração a uma praia fluvial ser legítima, os perigos da exposição aos agroquímicos massivamente aplicados nos terrenos circundantes revelar-se-iam nefastos e, em última análise, mortais.
A ideia é tão absurda quanto aquilo
em que se tornou a agricultura no concelho: uma contaminação contínua dos solos
e dos aquíferos; uma erosão acelerada por via da ausência de cobertura vegetal;
um arrastamento do solo arável. Em suma, uma iminente catástrofe ambiental.
O concelho de Serpa – Terra Forte ???
– tornou-se um enorme tubo de ensaio onde se misturam uma agricultura dita
empresarializada, as culturas de variedades transgénicas, a exploração de
mão-de-obra escrava e o espezinhar dos direitos dos trabalhadores agrícolas.
Dito de outra forma, estamos perante
uma predação dos recursos naturais, uma destruição de habitats de espécies protegidas,
um bom manual de más práticas agrícolas, exercido não por agricultores mas sim
por SGPS estrangeiras, cujo ânimo é o lucro a qualquer preço.
Se a situação se afigura como grave,
mais grave ainda é o silêncio dos eleitos que se desculpam com a (in) competência
para legislar sobre estes assuntos. Aliás, até lhes outorgam, por unanimidade,
o estatuto de Projetos de Interesse Municipal, antes mesmo de ser investido um
cêntimo. Foi o que aconteceu com o lagar a instalar junto à antiga estação de
comboios de Serpa-Brinches, mais uma machadada no ambiente.
Chegados a este ponto, é legítimo
perguntar: que modelo de desenvolvimento queremos para o concelho? A que prazo?
E já agora, o que pensam os “ramos ecologistas” dos partidos que têm mantido um
silêncio de chumbo sobre tudo isto?
Para o Bloco de Esquerda a resposta é
clara: a nível local, combater com todos os meios ao nosso alcance este estado
de coisas e exigir junto do governo central a reversão e regulação deste
processo ignóbil.
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