MONOCULTURAS EM DEBATE NA VOL


O debate sobre Monoculturas e o deserto aqui tão perto, realizado em Serpa em 18 de Fevereiro, constituiu um êxito, pelo número de participantes e pela qualidade das intervenções, com destaque para Cláudio Torres e Maria José Roxo, responsável científica pelo Centro Experimental de Erosão de Vale Formoso.

Um dos pontos altos da jornada foi a visita a este Centro Experimental, nos confins das serras de Mértola e Serpa, cuja enorme valia no estudo dos fenómenos da erosão e desertificação e na orientação agrícola tem sido ignorado pelos poderes central e locais.

A situação atual é insustentável: a erosão dos melhores solos do país, como os barros de Beja; a sobrecarga de pesticidas e fitofármacos que ameaçam a vida animal e vegetal; a contaminação das linhas de água, a poluição atmosférica e os maus cheiros que afetam as populações e motivam protestos como em Fortes, no concelho de Ferreira do Alentejo.

A própria EDIA não pode limitar-se a vender água “a quem a pode pagar” e tem de impor regras de diversificação cultural e proteção ambiental. Com o alargamento do perímetro de rega de Alqueva em mais 45 mil hectares, em contexto de seca severa, é preciso deixar claro que o abastecimento de água às populações é prioritário face às monoculturas que poucos empregos criam e lucram milhões à força de trabalho escravo.

Catarina Martins, Coordenadora do Bloco e a deputada Maria Manuel Rola, da Comissão Parlamentar de Ambiente, participaram neste debate que vai prosseguir pelo Alentejo. O BE irá apresentará iniciativas legislativas que visam estabelecer limites à proliferação de monoculturas intensivas e superintensivas, quanto à sua densidade, às áreas de manchas contínuas e ao respeito de corredores ecológicos que salvaguardem a biodiversidade.
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A fome de terra é tanta que nem abelhas ou morcegos têm lugar é o titulo do artigo do jornalista Carlos Dias no jornal "Público" de 11 de Março 2018 que retrata a situação no perímetro de rega de Alqueva e faz referência a este debate de Serpa sobre monoculturas.

Ler e ouvir a reportagem da TSF (versão áudio de 30 minutos) e a outra face das monoculturas, a escravatura no século XXI, no Jornal da Tarde da RTP e no Primeiro Jornal da SIC.

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