DANIELA CHUMBO CANDIDATA À ASSEMBLEIA DA U.F. DE SERPA


 

DANIELA CHUMBO
CANDIDATA À ASSEMBLEIA DA U.F. DE SERPA (SALVADOR E SANTA MARIA)
Professora, 46 anos
 
“A paisagem que nos faz disparar o coração quando regressamos ao Alentejo é fruto de gerações que aqui viveram e trabalharam. A natureza é o tesouro que devemos deixar às próximas gerações.”
 
 
Há pouco menos de duas décadas, quando vim viver para Serpa, conheci um concelho diferente daquele em que vivo hoje. Neste período, em que aqui tenho trabalhado como professora, assisti a uma preocupante diminuição do número de crianças nas escolas e à partida da maioria dos jovens que concluíram a escolaridade, procurando fora do concelho, o futuro que aqui não encontraram. Aos poucos, as portas abertas têm vindo a fechar e de forma melancólica todos sabemos e aceitamos que um regresso ou uma novidade são inevitavelmente projetos de curto prazo. Observando alguém vindo de fora, com tristeza sinto a desilusão de quem vem à procura de um passa- do característico, de paisagens tão fortes e tão inseparáveis do sentimento de liberdade e de esperança numa vida melhor. As portas também se têm fechado pelos campos. As modas entoadas pelo cante alentejano prometem aquilo que já temos dificuldade em encontrar.
 
A paisagem alentejana tem vindo a transformar-se numa indústria, cujos produtos não consumimos e nem nos atreveríamos, conscientes que estamos da fraca qualidade dos mesmos mas que se mede em milhões de euros dos quais nos fica apenas o rasto da destruição. Destruição da paisagem, destruição dos solos, envenenamento das águas, destruição de património.
 
É TEMPO DE LUTAR DE NOVO
O passado e o futuro vão-se apagando em simultâneo, perde-se a memória e não temos horizonte de esperança. É o deserto e o medo que nele cresce.
A nossa identidade e a nossa esperança é a nossa cultura e a natureza que nos rodeia. A paisagem que nos faz disparar o coração quando regressamos ao Alentejo é fruto de gerações que aqui viveram e trabalharam, construindo saberes múltiplos mas únicos, sobre ervas medicinais ou plantas que só aqui se comem e que nos definem como alentejanos. A natureza é, por isso, o tesouro que devemos manter e se possível aumentar para deixar às próximas gerações.
É tempo de trabalhar em conjunto, honrando os valores que Abril nos deixou. O voto serve para criar uma voz plural, que sirva todos, sobretudo os que ainda não votam mas que vão herdar o que lhes for deixado. Como professora e como mãe, estou aqui para trabalhar na construção da garantia de que crianças e jovens possam ter o direito de escolher um futuro no concelho de Serpa. Cabe-nos o dever de lhes deixar a saúde, só possível com água de qualidade para beber; a boa alimentação, dada por solos férteis para cultivar e todos os recursos de qualidade que os seus avós aprenderam a usar, a cuidar e a manter durante séculos e que são de todos.
O futuro constrói-se pois apostando em verdadeiros projetos de valorização da natureza, dos produtos lo- cais, da cultura local, cujo lucro se possa medir em esperança para mais pessoas, em segurança a longo prazo e em qualidade de vida da população.
 
VOTA BLOCO !

 

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